sexta-feira, 25 de junho de 2010

Nonsense IV

O tempo passou:
Mandou lhe avisar:
Nunca mais irá voltar,
E, amargo, disse que nunca parou.

O tempo não vacilou,
Quando veio me contar:
Para todos há de chegar,
E, indiferente, disse que nunca falhou.

O tempo, como sempre apressado,
Mandou lembranças a quem quer que seja,
E saiu dizendo estar muito ocupado.

Aquele tempo se foi, como quem sai atrasado,
Só deixando uma angústia, “onde quer que esteja”,
E fugiu como o que já não era lembrado.

Nonsense III

Pois então,
Veja, companheiro, como as coisas são...
Hoje, as águas de abril é que fecham o verão;
Absurdos? Muitos ainda virão!

No meio de toda esta instabilidade sem fim,
Aqui é lá, lá é ali, agora tudo é assim!
Uns vão, outros ficam, ninguém entende de nada...
Oh, mas que bagunça, que coisa desorganizada!

Tudo virou uma balburdia total,
Assim como estupidez tornou-se febre nacional.
Mas devemos nos ajudar? De quem devemos nos proteger?
“Quem é o inimigo, quem é você?”

Todos parecem muito animados,
Mas, sejamos sinceros: não há mais príncipes encantados!
Os poucos que possuíamos, foram... Coitados...
Abduzidos e alienados...
Creio que por alienígenas...
Ou seriam indígenas disfarçados?

Bah! Que maluquice! Oh, que confusão!
Há um poeta louco, em meio à multidão,
Que, para alegrar um pobre cidadão,
Faz rimas sem nexo, poesia barata e mera loucura,
Já que todos sofremos de males sem cura:
Paixão, tristeza, solidão...
Ou seria apenas medo da escuridão?

domingo, 13 de junho de 2010

Nonsense II

Entre mortos e feridos, eis a salvação:
Árvore que dá maçã é a bananeira.
E assim caminha a humanidade sem eira nem beira,
Ao passo do elefantinho babacão.

Feitas de água e sal as bolachas são.
Uma canoa é feita de madeira,
Mas perguntar quanto é preciso é besteira.
Então seria o mar um grande biscoitão??

O sentido disso tudo, ainda não foi descoberto,
Melhor assim, pois pode esfriar,
E aí ele fica constipado.

Se o portão está fechado,
É previsível imaginar,
É porque não está aberto.

sábado, 12 de junho de 2010

Nonsense I

Se tudo é uma questão de tempo,
Por que a matemática quer que EU resolva?

Essa vida é mesmo indecente,
O começo é contente,
O destino, indiferente,
O final, reticente...

E todo o resto é meio,
E todo o meio é devaneio,
E se estamos aqui a passeio,
O que antes ficou para trás é o que hoje conosco veio.

Nem sempre os meios justificam finais,
Nem todos os filhos honram seus pais,
Uns criticam demais,
Mas não se vê o que se faz.

Dizem que é bom pensar no futuro,
Logo, para que não fiquem em cima do muro,
Vou escolher e providenciar meu caixão:
Livro os enlutados da decisão,
E quando para meu coração,
Serão festas, e a alegria se espalhará pela multidão!
Daniele Molina.